As coisas existem?
Ultimamente meu mundinho tem sido assombrado por maquinas de costura bicentenarias, objetos com vontade própria, a realidade em si, e é claro o mais generico de todos... gente morta.
Eu queria conseguir traçar um puta paralelo foda entre maquinas de costura, gerações, memorias e fantasmas, esse é o meu objetivo (é bom você saber caso fique muito confuso no meio).
você tem familia? avós? tios? tias? Até onde vai o seu conhecimento? qual a pessoa mais velha que você se lembra? Já conheceu ela? ou foram historias? O quanto ela afeita sua vida?
Você se quer pensa nas pessoas que foram? se sim e naquelas que vieram antes dessas?
Esse é o tipo de pergunta que ninguem faz, porque falar de coisas que já se foram (principalmente as pessoas) machuca, mas acima disso, é desconfortavel.
É desconfortavel encarar que elas não estão mais aqui, e suas coisas ficaram, suas manias tatuadas dentro da cabeça de quem continua vivo e em tudo ao seu redor, aquela xicara que durrubaram na madrugada e agora é so um copo desconfortavel a beça de segurar. O lado do sofá amassado com a rotina de sentar todo dia no mesmo lugar pra ver TV, as roupas...
as roupas que ainda tem cheiro, como se a qualquer momento a pessoa fosse voltar de um passeio, tomar um banho e se vestir de novo.
Tudo isso contribui pra dificuldade de entender que já não existe mais.
Mas e as coisas que fazem coisas? As maquinas, mas especificamente de costura, elas tem assombrado minha mente, e digo assombrado com todo o peso da palavra, porque é uma idea que não quer largar de mim, não importa o quão fundo seja enterrada, ela volta, dos jeitos mais sútis (que são os mais perigosos) ela tem sussurrado no pé da minha orelha toda vez que me distraio, quando tomo banho, ou antes de dormir, até no meio do dia quando olho pro nada e penso em tudo, se repetido num eco quase tutelar, algo como: "Roupas só podem ser feitas por humanos." e derrepente faz sentido.
Roupas seguram um significado especial, e por consequencia aquilo que as faz tambem,